Já é de conhecimento que o tratamento de resíduos é uma atividade indispensável para assegurar que a empresa opere dentro dos padrões exigidos pela legislação, garantindo também uma destinação adequada que evite a poluição dos recursos naturais.
No entanto, quando falamos sobre o assunto, um elemento de extrema importância que deve ser levado em consideração em todo o processo é a composição dos resíduos gerados.
Assim como as empresas possuem atividades distintas, os resíduos também se diferem em características físicas, químicas e biológicas, que deverão ser compreendidas para definir a melhor alternativa para tratamento e descarte.
Essa decisão passará pela identificação dos constituintes em etapas conhecidas como classificação, caracterização e os tipos de resíduos, que seguem os padrões estabelecidos pela ABNT NBR 10.004/04.
A caracterização e a classificação são etapas essenciais para garantir uma gestão eficiente, visando minimizar os riscos à saúde e ao meio ambiente que os resíduos oferecem.
No entanto, mesmo que ambas trabalhem em conjunto por esse mesmo objetivo, há diferenças entre os dois processos. Entenda:
A caracterização de resíduos consiste em determinar quais são os principais aspectos físico-químicos, biológicos, qualitativos e/ou quantitativos da amostra. Ou seja, essa é uma fase de conhecimento do resíduo e, a partir dos resultados analíticos obtidos, se define o método mais adequado para destinação do mesmo.
Todo o processo se dá em três passos, sendo eles:
1 - Descrição detalhada da origem: no primeiro momento avalia-se o material em um aspecto geral, considerando a cor, o estado, o odor e o grau de heterogeneidade.
2 - Denominação do resíduo: essa segunda fase é baseada em avaliar aspectos mais individuais, como o processo de origem, a atividade industrial da qual o resíduo surgiu, qual o seu constituinte principal, etc.
3 - Possíveis destinações: depois de conhecer o resíduo tendo em mãos informações mais concisas sobre sua composição, a terceira e última fase da caracterização trata justamente dos métodos de destinação. Os resultados obtidos apontarão se a alternativa mais adequada é aterro para resíduo perigoso, aterro sanitário para resíduo não perigoso, aterro de resíduo inerte ou outras técnicas de tratamento térmico, como a compostagem, a incineração ou o coprocessamento.
Já para classificar os materiais é necessário identificar o processo ou a atividade de origem, além de suas características com as listagens de rejeitos e substâncias que apresentam poder de impacto à saúde e ao meio ambiente.
Em suma, nessa etapa, a identificação dos constituintes avaliados deve ser criteriosa e estabelecida conforme as matérias-primas, os insumos e o processo que o gerou. A ABNT determinou a NBR 10004:2004 para guiar essa fase, através de uma série de critérios que dizem respeito às ameaças que esses materiais apresentam.
Para atestar que os resíduos se adequam em uma dessas divisões impostas pela NBR 10004:2004, as empresas devem possuir o que chamamos de laudo de classificação, que pode ser baseado exclusivamente na identificação do processo produtivo.
Nesse documento, deve constar a descrição do processo de segregação e do critério de escolha de parâmetros examinados, quando for o caso, incluindo os laudos de análises laboratoriais — que traz informações extraídas previamente por meio da caracterização.
Dependendo do tipo e complexidade do resíduo, outros métodos podem ser exigidos pelo Órgão de Controle Ambiental, a fim de identificar seus possíveis riscos mais de perto.
Vale lembrar também que todas as documentações exigidas para comprovação da classe a qual o resíduo pertence devem ser elaboradas por profissionais qualificados, afinal, são esses laudos que atestam a opção de destinação mais adequada, garantindo que a empresa cumpra as exigências legais.
Para saber como destinar seus resíduos para essa alternativa, entre em contato com nossos especialistas e solicite mais informações.